Tempo e Oportunidade – MOMENTO INSIGHT

No âmago do seu coração, há uma câmera de gravação. Enquanto ela receber mensagens de beleza, esperança, alegria e coragem, você é jovem. Ouça e inspire-se! Feliz Dia Novo!

Já faz tempo que considera-se a idade de sessenta anos, como a ocasião em que a pessoa deve abdicar da vida e ir para o pasto. Muitas e prestigiosas organizações aposentam compulsoriamente seu pessoal à idade de cinquenta e cinco e sessenta anos.

A maioria absoluta das pessoas acha que o ápice de sua vida está em torno dos quarenta anos. Pior do que isso, também põe na cabeça a grande inverdade, a de que vai viver em média sessenta e cinco anos. A absorção dessa premissa antropológica da vida tem uma consequência no mínimo perversa. Ao chegar aos cinquenta anos de idade, essas pessoas acreditam que lhes falta uma pequena parcela de realizações nesta vida terrena.

O raciocínio se processa mais ou menos da seguinte forma: como faltam apenas quinze anos para a morte e como o ápice das suas vidas situa-se numa fase anterior, estando, portanto, numa curva descendente, as pessoas enviam ao cérebro a mensagem de que já realizaram noventa por cento de tudo o que deveriam realizar. Este código cerebral, esta lógica de vida, tem de ser mudado. “Vou nascer, viver minha infância e adolescência, trabalhar durante trinta e cinco anos, chegar ao ápice da vida aos quarenta, aposentar-me aos cinquenta e cinco anos e morrer aos sessenta e cinco”. Deve evoluir de maneira vigorosa para: “Vou viver minha infância e adolescência, trabalhar para o resto da minha vida, aposentar-me nos termos tradicionais aos cinquenta e cinco anos, morrer aos noventa, e o melhor ano da minha vida será o ano da minha morte”. Vejamos se a idade é, realmente, o problema.

Qualquer que seja a sua idade, é agora a ocasião de tomar a decisão de tornar-se uma pessoa ainda melhor do que é. Por exemplo, Roberto Marinho fundou a Rede Globo quando tinha sessenta anos, Ray Crock abriu o primeiro McDonald’s aos cinqüenta e cinco anos, mais de oitenta por cento da obra de Jung foi feita a partir dos seus sessenta anos. Martin Buber, o grande filósofo, tinha sessenta e seis anos quando consolidou a terceira escola Buberiana. Henry Fayol deixou mais de noventa por cento do seu legado para o pensamento administrativo aos setenta e cinco anos de idade. Isto sem falar nos homens brilhantes que já nos deixaram: Tom Jobim, Austregésilo de Athayde, Sobral Pinto, Grande Othelo, Herbert von Karajan e outros milhares de exemplos. Eles consolidam a idéia de que o melhor ano da vida pode perfeitamente ser o último.

No outro lado da escala, os jovens têm realmente grandes oportunidades. Jefferson tinha trinta e três anos quando redigiu a Declaração de Independência dos Estados Unidos. Newton formulou a Lei da Gravitação Universal aos vinte e quatro anos, e o freio a ar foi inventado por Westinghouse aos vinte e três anos. Dickens tinha vinte e quatro anos quando escreveu “Pickwick Papers”, e vinte e cinco quando escreveu “Oliver Twist”.
Não importa a sua idade, você tem muito a realizar.

Neste exato momento. Em meu próprio caso, ao escrever estas palavras, tenho trinta e seis anos de idade, encontro-me muito bem e, honestamente, acredito que os meus melhores e mais produtivos anos ainda estão no futuro.
O “imortal” Austregésilo de Athayde, em vida um incansável batalhador das letras, aos noventa e dois anos trabalhava dezesseis horas por dia: pela manhã, no Jornal do Comércio, e à tarde na Academia Brasileira de Letras.
O mestre Eugênio Gundin, “pai” dos economistas brasileiros, esteve ativo até os seus últimos dias de vida, aos cem anos, quando ainda escrevia sua coluna semanal no jornal “O Globo”.

Aos oitenta e cinco anos, o velho guru, Peter Drucker, com o currículo de quem, há mais de cinco décadas, orienta as estratégias das maiores empresas do planeta, ainda mantém uma agenda repleta de compromissos, além da sua consistente produção literária.

Qualquer que seja a sua idade, há no seu coração, a curiosidade aos fatos e sua infalível sensação de prelibação infantil pelo que “vem depois” no trabalho e no jogo da vida. Você é tão jovem quanto a sua fé, tão velho quanto as suas dúvidas; tão jovem quanto a sua autoconfiança, tão velho quanto o seu medo; tão jovem quanto a sua esperança, tão velho quanto o seu desespero. No âmago do seu coração, há uma câmera de gravação. Enquanto ela receber mensagens de beleza, esperança, alegria e coragem, você é jovem.

Boa sorte, garoto!

Pouco importa quantos aniversários já comemorou, talvez você esteja apenas começando.

Francisco Luz
comemorando seu 77º aniversário e
convalescendo da oitava cirurgia na próstata.

Insight by DNL LZ

Programa Feliz Dia Novo vai ao ar de segunda à sexta-feira das 07:30h Às 08:30h pelo canal Irineu Toledo – Rádio Positiva no YouTube. E na sequência fica disponível em todas as plataformas de podcast. Você também pode acompanhar ao vivo pela Rádio Positiva. baixe o app no seu celular. Google Play e AppStore. Compartilhe.